Em reunião na Azonasul nesta quinta-feira, situação foi discutida com
deputados estaduais e gestores de vários municípios
A reunião de emergência evidencia a gravidade do
problema. Até o início da noite desta quinta-feira (9), representantes dos 23
municípios da Associação da Zona Sul (Azonasul), deputados, gestores de
hospitais e outras casas de saúde da região discutiram o drama provocado pelos
cortes de verbas estaduais para a saúde. Após mais de duas horas de debate, o
grupo decidiu tentar reverter a situação através de ações na Justiça e mobilizações.
O valor de recursos atrasados passa dos R$ 32,8 milhões às secretarias de Saúde e aos hospitais da região, de acordo com levantamento feito pela associação dos municípios. O montante representa quase metade do total da dívida alegada em atraso pelo governo, de R$ 70 milhões. Segundo a deputada estadual Miriam Marroni (PT), a União também deve cerca de R$ 36 milhões aos cofres do Estado.
A diminuição de atendimentos e fechamento de leitos já
são realidade para o município de Jaguarão. Em Canguçu, segundo a diretoria do
Hospital de Caridade, o prazo para respostas financeiras efetivas termina no
dia 17, com o possível encerramento total das atividades.
As principais carências para a maioria dos 23
municípios estão nas áreas de traumatologia, urologia, oftalmologia,
cardiologia, ortopedia e neurologia. O presidente da Azonasul, Eduardo Leite
(PSDB), prefeito de Pelotas, demonstrou também preocupação com o possível
aumento de demandas para serviços de ambulancioterapia na cidade.
Pressão - O próximo dia 15 será marcado por reuniões para
pressionar o governo estadual. A Azonasul possui agenda pela manhã em Porto
Alegre com a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul
(Famurs). À tarde está prevista audiência com o governador, José Ivo Sartori
(PMDB).
Autoridades arroiograndenses com o Presidente da AZONASUL |
Uma assembleia da Federação das Santas Casas e
Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Rio Grande do Sul deve
ocorrer no mesmo dia. Os 23 municípios associados também planejam com casas de
saúde possível mobilização com paralisação de atividades para o dia 22 deste
mês.
Na reunião realizada nesta quinta-feira, os deputados
estaduais Pedro Pereira (PSDB), Zé Nunes e Miriam Marroni (PT), e o
representante de Catarina Paladini (PSB) afirmaram que irão atuar junto à
Azonasul para cobrar medidas efetivas do Estado.
Medidas judiciais para cobrar os repasses também devem
ser impetradas. Na última segunda-feira, por exemplo, o município de Canoas
entrou com mandado de segurança para cobrar os cerca de R$ 10 milhões em
dívidas. Nesta quinta, a prefeitura de Porto Alegre acionou recurso semelhante.
A assessoria técnica da Azonasul vai fornecer um
modelo padrão de ação para que os municípios da região consigam ingressar na
Justiça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário