Editorial de Semanário local repercute na comunidade
Jornal Meridional desta quinta-feira
compara os primeiros meses do Governo anterior com a atual Administração
Municipal, em seu editorial. Acompanhe:
Um
refresco na memória
Nas últimas
duas semanas os pronunciamentos nos microfones e na tribuna têm sido
contundentes, cada qual “puxando lenha
para o seu assado”. São vários temas que incluem as dificuldades e as primeiras
ações de governo.
Na pauta: transporte
escolar, Dobil, funcionalismo, contratações. Oposição aproveita para fazer as
suas cobranças e desestabilizar os primeiros meses – que sempre são os mais
difíceis para qualquer nova gestão. Tanto são difíceis que vale a pena lembrar
alguns episódios ocorridos há oito anos, quando o governo pedetista (hoje
oposição) assumiu seu primeiro mandato.
Em fevereiro
de 2005, a câmara de vereadores reuniu-se em sessão extraordinária para votar
sete projetos oriundos do executivo entre eles, a contratação emergencial de
141 cargos (professores, motoristas, zeladores, etc.), e uma super reforma
administrativa. O vereador Itamar Capenga, defendeu o polêmico projeto da
reforma – amplamente criticado pelo Sindicato dos Servidores pela urgência na
qual foi votado impedindo melhor avaliação – e ainda deixou bem claro que
considerou um absurdo as cobranças do funcionalismo que exigia ações imediatas da prefeitura com apenas 27
dias de governo afinal, “quantos anos
faz que não tem aumento e agora já estão cobrando”. Esta foi a maneira que o recém empossado
governo pedetista tratou os funcionários públicos em 2005: trinta pila no vale
alimentação e, em contrapartida, a criação de secretarias, departamentos e mais
cargos.
No primeiro
mês do governo pedetista, o então secretário de Administração Jarbas Scherer
deixou o posto, e aos três meses, Farydo Salomão – da saúde – também deixou a
pasta. E por falar em saúde, foi nesta época que a prefeitura teve a brilhante ideia de mudar o Pronto
Atendimento para a Santa Casa, o que foi repudiado pelos presidentes de
Associações de Bairro que, unidos, pediram então que fossem reforçados os
atendimentos nos postos.
No carnaval
daquele ano, a comunidade que pretendia um camarote para o carnaval precisou
ficar até 17horas numa fila e passar a noite em frente à prefeitura.
No dia 4 de abril de 2005, o
então prefeito foi à câmara de vereadores falar de seus primeiros cem dias de
governo. Declarou que o orçamento foi “prejudicado pela estiagem” e em
consequência disso não poderia cumprir suas promessas de campanha, aliás os MIL
Ranchos ficariam para o segundo ano de mandato. Mesmo assim, afirmou que apesar
das dificuldades era certa a construção da Usina de Asfalto na cidade.
Talvez uma das
mais significativas quedas de braço aconteceu também no transporte escolar. Na
época (2005) existia em Arroio Grande uma Cooperativa de Estudantes que
gerenciava o transporte escolar para Pelotas – a COESAG. O governo municipal
assumiu a responsabilidade pelo transporte, EXTINGUIU a cooperativa e passou os
valores de R$60,00 para R$150,00 por pessoa, deixando vários estudantes sem
recursos impossibilitados de utilizar o serviço.
Oito anos
depois, o mesmo governo , imediatamente após ter perdido as eleições, iniciou
um processo de DESCONSTRUÇÃO da administração pública. Durante os meses de
outubro, novembro e dezembro de 2012, a prefeitura municipal tornou-se terra
de ninguém; um grupo – o vencedor – ainda não possuía autoridade para
assumir o comando; o outro grupo – o perdedor – tratou de tornar mais difícil a
tarefa de começar uma nova gestão, tomando várias atitudes cujas consequências
podemos sentir nos dias de hoje: prestação de contas não realizadas, contas em
aberto, projetos abandonados, gavetas vazias...
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