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domingo, 14 de dezembro de 2014

CULTURA


11ª FEIRA DO LIVRO DE ARROIO GRANDE


O início da noite de segunda-feira, dia 8 de dezembro, dia de homenagear a Padroeira da cidade, aconteceu a cerimônia de abertura da 11ª Feira do Livro de Arroio Grande, com a presença do Prefeito, secretários municipais, Juiza da Comarca Dra. Denise Freire, e o vereador Nero Caetano. O evento que este ano terá a duração de sete dias, tem como patrono o poeta, escritor e radialista Juarez Machado de Farias, que proferiu  lindas palavras reproduzidas a seguir.
Feriado da Padroeira Nossa Senhora da Conceição em Piratini e em Arroio Grande. Tarde e noite quentes de emoção de uma para outra cidade.
Na Terra de Mauá, a Cidade-Simpatia, berço do guerreiro Gumercindo Saraiva e do compositor e músico Basílio Conceição, tive a honra de abrir a 11ª Feira do Livro, na condição de patrono.
OBRIGADO é palavra minúscula e injusta com tantas homenagens recebidas as quais quase me levaram às lágrimas: recitação de um poema que eu havia feito em 2009 quando participei do Sarau Cultural do Grupo Quixote (uma surpresa pois eu não imaginava que pudessem ter guardado aqueles versos escritos em guardanapos do Clube Comercial) e interpretação da música “Guri do Campo” (parceria minha com Diego Espíndola).
Após meu discurso, fui convidado a tocar a sineta e dar abertura ao evento, o que fiz com alegria!
OBRIGADO, ARROIO GRANDE, POR ESTA HONRA QUE JAMAIS ESQUECEREI, UMA DÍVIDA IMPAGÁVEL COM ESSA LINDA TERRA!
Obrigado pela recepção, especialmente, ao Excelentíssimo Prefeito LUIZ HENRIQUE PEREIRA DA SILVA, ao artista e Secretário Municipal de Cultura SIDNEY BRETANHA, à ativista cultural e atriz ANELISE CARRICONDE e ao idealista e tradicionalista Cleiner Teixeira!!!
Tive a oportunidade de prestigiar o lançamento do livro “O menino que brincava com as palavras” de autoria do Professor Ivan Nunes Gonçalves e de confraternizar com os simpáticos arroio-grandenses.
Abaixo, a íntegra das palavras do Patrono:
“Bom dia às autoridades presentes ou representadas,
Senhoras e senhores!
Nasci em uma casa sem livros onde somente os almanaques de propagandas de remédios chegavam, gratuitamente. Quando eu e meu irmão mais velho ficamos com idade de reivindicar nossas ânsias, nosso lar campeiro, situado no 3º Distrito de Piratini, Costa do Barrocão, passou a receber gibis do Tarzan, Mandrake, Tex Willer, Zagor, Ken Parker, os personagens em quadrinhos de Disney que meu pai trazia, pela poeira da estrada, há mais de sessenta quilômetros, nas fatigantes viagens de ônibus. As revistas de fotonovelas chegavam pelas moças que frequentavam a escolinha Machado de Assis, onde eu e meu irmão aprendemos a ler.
E foi nessa escolinha frágil de tábuas verdes como a esperança, que minha saudosa Professora Maria Lúcia Machado da Rosa, com firmeza e ternura, motivou-me – talvez, sem o saber - para teimar até agora em ser um escritor.
Foi após eu ter escrito uma redação – que chamávamos “composição” – sobre Tiradentes que ela leu e me disse, com aprovação: “Juarez, tu tens talento pra ser escritor”.
Imaginem, senhoras e senhores, se ela tivesse dito outra coisa, como: “que coisa horrível, tu és um fracasso” ou se nada tivesse dito, talvez a história fosse outra e eu não estaria aqui, neste momento ímpar em minha vida, na condição de patrono desta Feira do Livro.
É, enfim, a força da palavra escrita e falada a personagem que homenageamos a cada evento desta magnitude, maior que a do patrono.
Jorge Luis Borges disse: "O livro é uma extensão da memória e da imaginação." Esta feira é, pois, uma festa de relembranças e de sonhos. Sem estes dois substantivos - memória e imaginação -, o que seríamos? Será que seríamos? Não creio.
Quando Sidney Bretanha convidou-me para este encargo, pensei na generosidade desta cidade-simpatia que no ano de 2009 já me tratara tão bem quando aqui lancei meu livro “Por aqui as casas falam”, quando palestrei sobre Barbosa Lessa e fiquei muito bem impressionado com o Sarau da Sociedade Cultural Quixote no Clube do Comércio.
- Como pode uma força tão espontânea de pessoas de todas as idades se congraçarem desta maneira em diversas formas de expressão artística?
Eu e minha companheira Silvia ficamos encantados com aquela noite que começou às 20h e, acho, foi terminar pelas 04h da madrugada, da qual voltamos com as almas embebidas da mais sublime inspiração!!
Finalizo dizendo que sou aquele mesmo guri do campo.
“No mais eu não mudei, ainda canto/ milongas num violão que é mais um vício/,e busco na janela a inspiração,/ falando de um galpão neste edifício.”
Que Nossa Senhora da Conceição abençoe sempre esta terra de heroísmos, de nobrezas, berço de um artista irreverente que leva o sobrenome da padroeira de sua terra natal: Basílio Conceição.
Que Nossa Senhora da Conceição abençoe os quixotes que desafiam os moinhos do desencanto e que, principalmente, com mais esta feira bendita, possa nossa padroeira ressuscitar os livros mortos nas estantes para que crianças, jovens, adultos e idosos reinaugurem os dias ensolarados de seus nascimentos.

Muito obrigado, ARROIO GRANDE, por esta ressurreição!!!”







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